Você sabe o que significa taxonomia? Bem, a taxonomia é um ramo da ciência que estuda a diversidade das espécies ao nível de classificação dos seres vivos como, por exemplo, as plantas, os animais ou os microrganismos.
Sabe aqueles nomes difíceis que são escritos em latim, que com certeza você leitor já ouviu falar? A taxonomia é responsável por “construir essa nomenclatura” e para isso trabalha com outras áreas da ciência como:
Morfologia comparativa
Citologia
Embriologia
Paleontologia
Ecologia
Genética
A classificação dos seres vivos existe há muito tempo e, portanto, praticamos a taxonomia antes mesmo dela ser denominada dessa forma. Desde a antiguidade é importante realizar a identificação dos organismos para facilitar a separação entre as espécies de plantas venenosas daquelas que são comestíveis, dos animais perigosos daqueles que são mansos. Os registros mais antigos sobre a taxonomia na história humana nos levam até a Ásia, onde o imperador chinês Sheng Nung (por volta de 3000 a.C.) escreveu uma farmacopeia que incluía 365 tipos diferentes de plantas medicinais. Por volta de 1500 a.C., os egípcios ilustraram em suas paredes os nomes das plantas e as informações sobre o uso medicinal.
Outros nomes mais conhecidos aparecem na história da taxonomia como, por exemplo, o filósofo Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.). Ele foi um grande taxonomista que dividiu os animais de acordo com seu habitat (terrestres, aéreos e aquáticos). Um de seus alunos, Theophrastus (371 a.C. – 286 a.C.), classificou as plantas como arbustos, árvores, tubérculos e ervas. Muitos outros filósofos gregos, romanos e outros estudiosos contribuíram para a taxonomia e, dessa forma, foi sendo construída a classificação dos seres como atualmente conhecemos.
Agora vamos dar um salto na história e falar sobre Carl von Liné (1707-1778), um pesquisador suéco conhecido como Lineu. Ele estabeleceu a estrutura da Sistemática dos seres vivos, utilizada até hoje, classificando-os em espécies que se agrupam em gêneros, gêneros que se agrupam em famílias. Famílias são agrupadas em ordens, que são agrupadas em classes, que são agrupadas em filos. Esse agrupamento se dava, em sua maioria, de acordo com as características físicas ou comportamentais. Ele criou o sistema de nomenclatura binomial latina, onde os nomes das espécies são construídos de forma dupla (ex.: Gorilla gorilla) e escritos em latim, uma língua que não vai sofrer alterações culturais.
Na atualidade, escrevemos os nomes duplos em itálico e com sublinhado. É importante destacar que a primeira palavra significa o gênero e deve ser escrita com a letra inicial em maiúsculo, como podemos ver acima. Chamamos EPÍTETO GENÉRICO o nome que se refere ao gênero e ele sozinho tem significado. Já o EPÍTETO ESPECÍFICO traz a particularidade da espécie e não tem significado sem o epíteto genérico.
A linguagem lineana foi e ainda é muito importante para a ciência sistemática, pois é capaz de manter certa universalidade na comunicação. Como assim? Vamos pensar bem, se um cientista da Alemanha estuda o mesmo organismo que um cientista aqui no Brasil, suas pesquisas se confundiriam se os nomes das espécies não fossem os mesmos e em latim.
É claro que muitos pesquisadores foram importantes e impactaram a taxonomia ao longo do tempo com novas descobertas. Com os avanços da tecnologia e com as diferentes abordagens da ciência, o conceito de classificação biológica foi sendo aprimorado. Hoje, dar nome à uma espécie requer o trabalho atencioso de cientistas especialistas, que aplicam várias técnicas como histologia e genética para entender a dimensão daquele organismo na natureza. Dessa maneira, a sistemática é um ramo da ciência extremamente importante, por tornar os estudos e a linguagem científica mais organizados e universais. As regras de nomenclatura não existem apenas para fins estéticos e como qualquer outra área da biologia está sempre passando por constantes mudanças, de acordo com o surgimento de novas evidências e, consequentemente, outras interpretações das teorias já propostas.
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